AS NOITES DE LORDELO
Hoje falarei das noites de Lordelo. Hoje falarei da forma como alguns habitantes de Lordelo ocupam a noite de quinta para sexta-feira. Para nossa vergonha e como objecto de inquietação para as consciências dos responsáveis locais da Saúde.
Dezenas de pessoas acumulam-se á porta da Unidade de Saúde nessa noite de Lordelo, marcando vez para acesso a uma consulta de recurso na semana seguinte. A sua situação resulta de não terem Médico de Família atribuído. E os responsáveis acharam por bem responder ao número escasso de profissionais de saúde (nomeadamente médicos) com um esquema terceiro-mundista. Quer seja a marcação de uma consulta de vigilância infantil, quer seja a prorrogação de um Certificado de Incapacidade Temporária (vulgo “baixa médica”), ou para mostrar os exames complementares pedidos, alguém achou que se substituía a regulamentar marcação por uma penosa procura de uma vaga pré-anunciada numa folha de papel afixado no vidro.
Triste destino. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam e necessitam de mais de 4 médicos de Medicina Geral e Familiar. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam e necessitam de um esforço profissional suplementar de todos os profissionais de saúde da sua Unidade de Saúde. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam ser respeitados como seres humanos, passíveis de consideração, respeito e até compaixão. Os 10.000 utentes de Lordelo merecem e certamente exigirão uma outra organização, uma outra sensibilidade, uma diferente atitude do Serviço Público.
Quando outros portugueses têm acesso à marcação de consulta na sua Unidade de Saúde pela NET, em Lordelo mãos frias, olhos ensonados e rostos cansados aguardam o raiar do dia para tentar aceder ao médico.
Para mim, são tristes as noites de Lordelo.
cristianoribeir@gmail.com
Dezenas de pessoas acumulam-se á porta da Unidade de Saúde nessa noite de Lordelo, marcando vez para acesso a uma consulta de recurso na semana seguinte. A sua situação resulta de não terem Médico de Família atribuído. E os responsáveis acharam por bem responder ao número escasso de profissionais de saúde (nomeadamente médicos) com um esquema terceiro-mundista. Quer seja a marcação de uma consulta de vigilância infantil, quer seja a prorrogação de um Certificado de Incapacidade Temporária (vulgo “baixa médica”), ou para mostrar os exames complementares pedidos, alguém achou que se substituía a regulamentar marcação por uma penosa procura de uma vaga pré-anunciada numa folha de papel afixado no vidro.
Triste destino. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam e necessitam de mais de 4 médicos de Medicina Geral e Familiar. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam e necessitam de um esforço profissional suplementar de todos os profissionais de saúde da sua Unidade de Saúde. Os 10.000 utentes de Lordelo mereciam ser respeitados como seres humanos, passíveis de consideração, respeito e até compaixão. Os 10.000 utentes de Lordelo merecem e certamente exigirão uma outra organização, uma outra sensibilidade, uma diferente atitude do Serviço Público.
Quando outros portugueses têm acesso à marcação de consulta na sua Unidade de Saúde pela NET, em Lordelo mãos frias, olhos ensonados e rostos cansados aguardam o raiar do dia para tentar aceder ao médico.
Para mim, são tristes as noites de Lordelo.
cristianoribeir@gmail.com
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