Na sua habitual homilia dominical na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa falou ontem do momento político actual. Ele explica tudo...á Marcelo.
Aos que criticavam o cinzentismo da intervenção de Cavaco Silva na sua cerimónia de apresentação da candidatura, Marcelo sentenciou, sempre sinuoso, mas sempre assertivo: “Cavaco é o que é...”. Assim mesmo. Definitivo. Esclarecedor.
Ainda mal refeitos da profundidade do pensamento, apanhamos logo com aquele trejeito facial que anuncia uma reflexão brilhante. Para os que não veêm em Cavaco qualquer sobressalto, ideia nova, criatividade, para além do auto-elogio serôdio, Marcelo “analisou” com o brilho do costume: “Em tempos de imprevisibilidade geral, os portugueses querem um Cavaco , candidato presidencial, previsível”. Esmagador.
E com loas a Catroga e ao sucesso da reunião “familiar” com Teixeira dos Santos, Marcelo assinala algo que lhe é caro, como a relação entre a evolução da taxa de dívida pública e as expectativas dos “mercados”. Como ele previra, ao acordo sucedera-se a baixa imediata da taxa de dívida pública. Foi dá cá acordo orçamental, toma lá descida da taxa. Os “mercados” são previsiveis, como Cavaco.
Nesta fase, inúmeros portugueses já estariam rendidos à perspicácia do professor.
E mesmo que a taxa de divida publica cresça para os 6% anteriores 48 horas após o acordo PS/PSD, tenho para mim que não é preciso esperar para ouvir a análise de Marcelo de Domingo próximo á noite. Eu sei: os “mercados” não gostaram de não haver registo fotográfico do acordo. Houvesse registo, testemunhas, emoção, uma lágrima, um cordial aperto de mão e certamente os “mercados” não deixariam de presentear os consortes com uma singular oferta, uma oportuna prenda, um libertar do garrote financeiro com que nos presenteiam agora, principes do rigor orçamental e da boa gestão da cousa pública!
Como eu gosto da análise politica de Marcelo! Era uma vez...
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