terça-feira, 8 de junho de 2010

COMEÇANDO POR…ESMORIZ, PERDÃO, POR MOURIZ

O Governo determinou o encerramento próximo das escolas do 1.º Ciclo que tenham menos de 21 alunos. Cerca de 1.000 escolas poderão ser assim encerradas, se se aplicar tal medida, sendo cerca de 600 as novas situações até à data não previstas. Isabel Alçada, a Ministra da Educação, pretende agora avançar com este processo invocando razões pedagógicas e de modernidade.


Alguns autarcas e outros sectores igualmente interessados contestam esta orientação cega, e que tem implicações de ordem social e de reordenamento do território, com referências acertadas, entre outras, à desertificação provocada, ao desemprego de profissionais e aos custos da Acção Social Escolar, em transportes e refeições. Encerrar o País, ou pelo menos parte dele, já esteve mais longe. A Educação com origem na 5 de Outubro virou “uma Aventura”, veja-se o “atalho pedagógico” para os alunos com mais de 15 anos, do 8.º ao 10.º ano.


O autarca de Paredes Celso Ferreira acha bem, ele avalia como muito boa a orientação governativa. O seu critério para o fecho de escolas em Paredes, expresso em Carta Educativa, incluía um limite de 100 alunos por escola. Ele é o autarca–modelo da concentração educativa. O autarca do mastro, ufano, quer ter as “melhores escolas do País, provavelmente até do mundo”. Esta semana “concluiu” o Centro Escolar de … Esmoriz (ver JN de 2 de Junho), que não é senão o de Mouriz…


O custo da construção da Escola de Mouriz envolve um valor de perto de 2,3 milhões de euros e provocará a concentração aí de 350 alunos da EB1 e do JI. Acrescentemos a isso as despesas de funcionamento, as despesas de transporte escolar para alunos de 4 freguesias, a necessidade de uma rede de acessibilidades correspondentes (a actual rede de estradas é medieval, pergunta-se até como lá aceder).


Nada do que é concentração está comprovado que tenha vantagens pedagógicas. Mas para Celso Ferreira tudo é evidente. Ele é o expert. Espera-se que o seu limitado mundo não comece na esquina das ferragens do Sr. Costa e acabe na esquina da Padaria Freitas, no Parque José Guilherme, em Paredes.


E que a sua promissora criatividade não culmine em falência de tesouraria camarária ou em prejuízos irreversíveis para a educação dos nossos filhos.


Cristiano Ribeiro

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