Alguns autarcas e outros sectores igualmente interessados contestam esta orientação cega, e que tem implicações de ordem social e de reordenamento do território, com referências acertadas, entre outras, à desertificação provocada, ao desemprego de profissionais e aos custos da Acção Social Escolar, em transportes e refeições. Encerrar o País, ou pelo menos parte dele, já esteve mais longe. A Educação com origem na 5 de Outubro virou “uma Aventura”, veja-se o “atalho pedagógico” para os alunos com mais de 15 anos, do 8.º ao 10.º ano.
O autarca de Paredes Celso Ferreira acha bem, ele avalia como muito boa a orientação governativa. O seu critério para o fecho de escolas em Paredes, expresso em Carta Educativa, incluía um limite de 100 alunos por escola. Ele é o autarca–modelo da concentração educativa. O autarca do mastro, ufano, quer ter as “melhores escolas do País, provavelmente até do mundo”. Esta semana “concluiu” o Centro Escolar de … Esmoriz (ver JN de 2 de Junho), que não é senão o de Mouriz…
O custo da construção da Escola de Mouriz envolve um valor de perto de 2,3 milhões de euros e provocará a concentração aí de 350 alunos da EB1 e do JI. Acrescentemos a isso as despesas de funcionamento, as despesas de transporte escolar para alunos de 4 freguesias, a necessidade de uma rede de acessibilidades correspondentes (a actual rede de estradas é medieval, pergunta-se até como lá aceder).
Nada do que é concentração está comprovado que tenha vantagens pedagógicas. Mas para Celso Ferreira tudo é evidente. Ele é o expert. Espera-se que o seu limitado mundo não comece na esquina das ferragens do Sr. Costa e acabe na esquina da Padaria Freitas, no Parque José Guilherme, em Paredes.
E que a sua promissora criatividade não culmine em falência de tesouraria camarária ou em prejuízos irreversíveis para a educação dos nossos filhos.
Cristiano Ribeiro
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