quarta-feira, 13 de janeiro de 2010




SINAIS DE FUMO?

A notícia parecia bombástica. O Hospital Padre Américo poderia deixar de servir as populações dos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira. Invocavam-se razões baseadas na incapacidade desse Hospital em responder ás necessidades de 12 concelhos da zona NUT III – TÂMEGA, tanto na assistência do Serviço de Urgência, como nos Internamentos. Apontava-se algo vagamente para uma solução assistencial no HSJ para a população de Paredes e H. Santo Tirso para Paços de Ferreira.
A fonte da referida notícia estaria em documentos de reflexão elaborados durante o ano de 2009, quer por Comissão de Reordenamento Hospitalar quer pelo IST.
Há necessidade de uma clarificação desta notícia. Quem a subscreve? Onde estaria a proposta séria, coerente, aceitável e as razões que a sustentavam?
Algumas ideias. Ninguém contesta a necessidade de reajustar, readequar serviços em relação à realidade, promover adaptações. O Hospital Padre Américo é um equipamento regional de prestação de serviços, que assume uma importância fundamental. Há uma realidade assistencial conhecida, com inúmeros êxitos, exemplos louváveis e alguns falhanços a justificar intervenção directa. Mas convém que não se desconheça acima de tudo os interesses da população que tradicionalmente o utiliza.
Falar em inquérito ou consulta públicas pode ser importante e sedutor. Mas não iliba responsabilidades de gestão. Se o hospital é insuficiente, carenciado ou deficitário em relação às necessidades, promova-se o seu alargamento, reforce-se a sua capacidade, estimule-se uma maior produtividade.
Afinal só há fumo ou também há fogo? A quem interessaria por exemplo que Paredes ficasse a uma distância de dezenas de quilómetros do seu Hospital Público de referência, da sua Urgência, de Cuidados Intensivos de manutenção de vida?

cristianoribeir@gmail.com

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