sexta-feira, 16 de abril de 2010

TODOS SOMOS GALEGOS

A emigração em Portugal sempre existiu, mostrando que este Portugal sempre foi “madastro” para muitos dos seus filhos. Nos anos 60 e início dos 70 acentuou-se o fenómeno , verificando-se a procura de uma melhor vida e a fuga às guerras coloniais. Hoje, em pleno regime democrático, politicas de classe determinam a ausência de condições materiais mínimas para sobreviver dentro de fronteiras e para muitos a procura (muitas vezes ilusória) de melhores salários fora da Pátria.
A emigração sempre foi cantada em Portugal. José Afonso cantou-a na Canção do Desterro e no Adeus ò Serra da Lapa. Mas a mais emblemática interpretação do fenómeno da emigração teve a voz sempre eterna de Adriano Correia de Oliveira no poema de Rosalía de Castro, poetisa Galega, letra adaptada e música de José Niza (Cantar de Emigração).
Hoje escondem-se as “mães que não têm filhos e os filhos que não têm pais”.

Cantar de Emigração
Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão

Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai

Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará

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